Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Páginas

terça-feira, 25 de maio de 2010

COMO É SER DISCÍPULO DE JESUS?

r “Como é ser discípulo de Jesus?” — é a pergunta de muitos.

Ora, é simples e terrível; e é tão terrível justamente porque é tão simples; e gera tanto esforço justamente por isso, pois nada há tão difícil quanto a simplicidade, nem que demande mais esforço que descansar no descanso.

A tendência natural da alma humana é para oferecer os mesmos sacrifícios de produção própria de Caim. Em Caim nasceu a religião. E é no espírito da oferenda autojustificada de Caim que ela é praticada.

É difícil não oferecer nada a Deus. É muito difícil apenas confiar que o sangue de outro cobriu você. É loucura para os gregos e intelectuais; é escândalo para os judeus e todos os religiosos.

Para ser discípulo de Jesus a pessoa tem que renunciar o “si-mesmo”. Ora, isto significa desistir de si mesmo como “produção” de algo que comova Deus.

Negar ao “si-mesmo” é abandonar a presunção da persona.

Negar a si mesmo é o que se tem que fazer para que o “eu” seja alcançado, e, em seu estado mais verdadeiro, possa ser atingido pelo amor de Deus.

Negar a si mesmo é deixar toda justiça própria e descansar na justiça de Deus, que, antes de tudo, é justiça justificadora.

Negar a si mesmo é abandonar a presunção de agradar a Deus pela imagem e pelas produções próprias.

Quem quer negar a si mesmo?

Se alguém quiser, então tome a sua cruz. Cruz? Que cruz? Ora, a única. A minha cruz será sempre me gloriar na Cruz.

Alguém diz: Mas não sobrou nenhum sacrifício para mim?

O sacrifício é aceitar que o Sacrifício foi feito e consumado.

Alguém pensa que isto é fácil?

Tente!

Sim, tente apenas e tão-somente confiar que está pago e feito.

Tente crer que Jesus é suficiente, não como chefe de religião, mas como o Cordeiro que tira o pecado do mundo todo.
Tente rejeitar todo pensamento de autojustificação toda vez que você se vir tentado a se explicar para Deus e para os homens.

Tente apenas confiar na única Cruz, e, assim, levar a sua cruz, que é andar pela fé, nunca tendo justiça própria senão a que vem de Deus.

Tente, e você verá como todos os seus sentidos se revoltarão, e como todos os seus instintos se eriçarão, e você se sentirá inseguro, como se a Lei do Reino fosse a da Sobrevivência dos mais Aptos.

Sim, porque nos sentimos seguros no sacrifício de Caim, embora ele nada realize diante de Deus. E nos sentimos muito inseguros na hora de praticar na vida o sacrifício de Abel.

Jesus disse “Está Consumado”. E a nossa alma, em si mesma, pergunta: “O que mais eu devo fazer?”

Jesus terá que repetir Seu sacrifício todos os dias outra vez? Ou terei eu de oferecer alguma coisa a mais?

Ora, se a pessoa consegue desistir do “si-mesmo”, e tomar a sua cruz, então, Jesus diz que esse tal vai poder segui-Lo.

“Segue-me” — é o convite.

E aí? O que acontece? Fica tudo resolvido?

É claro! Está tudo resolvido! Eu, agora, é que preciso aprender a usufruir o que já está consumado. Assim, tendo já tudo consumado em meu favor, caminho para experimentar o que já está feito e pronto.

E como é esse caminho? Como se faz para seguir Jesus?

Ora, ande após Ele como Pedro... e os outros.

O discípulo é um ser em disciplina. Disciplina é o que o discípulo vai aprender.

Que disciplina? A dos centuriões?

É claro que não. A disciplina que o discípulo vai aprender é amor.

Assim, no caminho, o discípulo cai, levanta, chora, questiona, se oferece para o que não deve, ambiciona ser maior, menor, mais amado, mais crido, mais usado, mais devotado, mais, mais... e, então, vai aprender enquanto cai, enquanto erra, enquanto sugere equivocadamente, enquanto acerta, enquanto nega, enquanto corta orelhas, enquanto quer fazer fogo cair do céu e enquanto pensa que sabe, sem nada saber.

O caminho do discípulo é igual ao caminho dos discípulos no Evangelho, e acontece do mesmo modo. E só será discipulado se for igualmente acidentado, exposto, aberto, equivocado, humilde, capaz de aceitar a repreensão do amor e apto a aprender sempre sem jamais acreditar que se terminou qualquer coisa antes que se ouça: “Vem, servo bom e fiel; entra no gozo do teu Senhor”.

O caminho do discípulo não está escrito em manuais e nem em cartilhas de igreja.

O caminho do discípulo é todo o chão da existência.

O discípulo é forçado a só aprender se viver. E ele não precisa ter medo da vida, pois é na vida que ele vai seguir a Vida.

No caminho do discípulo o mar se encapela, as ondas se levantam e os ventos sopram. Por isso, o discípulo muitas vezes tem medo, grita, vê coisas, interpreta-as errado — “É um fantasma!”

Seguindo Jesus o discípulo está sempre seguro, mesmo quando pede o que não deve, e mesmo quando muitas vezes deseja o que lhe faz mal.

No caminho ele vê demônios saírem e não saírem; julga e é julgado e aprende que não pode julgar; afoga-se, é erguido e caminha sobra as águas; vê maravilhas; encara horrores... Mas adiante dele está Jesus!

Para ser um discípulo de Jesus a pessoa tem que ficar sabendo que o Evangelho não são quatro livros acerca do que aconteceu entre Jesus e alguns homens e mulheres muito tempo atrás.

Para ser um discípulo de Jesus a pessoa tem que ficar sabendo que o Evangelho está acontecendo hoje, do mesmo modo, na vida dela. E precisa saber que as coisas escritas no Evangelho são apenas para a gente ficar sabendo como é que acontece na nossa própria vida.

O Evangelho só é Evangelho se for vivido hoje. Não com a pretensão de dizer que seremos como Jesus. Mas pelo menos com a declaração de que seremos como os discípulos, e que adiante de nós, de todos nós, está o Senhor.


Caio Fabio

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A Verdadeira Oração Nasce na Angústia

Alegrai-vos na esperança,
sede pacientes na tribulação,
perseverai na oração
- Paulo de Tarso -

Sabe quando a gente sai um pouco da ignorância e aprende a ver a vida e o mundo de forma diferente, e eu diria da maneira que tem que ser. E tem dias que nos acovardamos e até chegamos a pensar na bendita ignorância que nos era comum e que para o covarde era “benção”.

Somos acometidos por uma série de informações, situações que esmagam nossa alma, nosso ser, que surgem como absurdos, nos entalam a garganta, entorpecem o corpo, gelam o coração e nos deixam com o maldito medo. Ontem mesmo fiquei chocado com umas fotos e gravações que vi, um jovem conhecido meu ao ser confundido com um ladrão foi espancado brutalmente por parentes da vítima assaltada, e por populares que se aproveitaram de maneira covarde da situação, meu Deus que coisa horrível e bárbara, o rosto do rapaz ficou deformado, quase meia hora de agressões, violência gratuita e espetacularizada, pessoas assistiam e gritavam eufóricas, pessoas que não tinham nada a ver com a situação chegavam para agredir o rapaz, revoltante, humilhante, outros ainda gravavam creio eu para poder assistir em casa quem sabe comendo pipoca. Entrei em um blog de um amigo procurando uns textos que havia me indicado e olhando uns posts dele, vi um vídeo aterrador, macabro, não sei descrever aquilo, homens na busca desenfreada por dinheiro e lucro arrancavam a pele dos animais e os matavam brutalmente, uns ainda agonizando tinhas suas peles retiradas a faca ainda vivos, os que estavam engaiolados entravam em desespero frenético procurando de maneira incessante fugir [aquilo pra mim foi a visão do inferno] Deus o que é isso, o que somos nós, que tipo de ser é capaz de fazer isso, de forma tão torpe e covarde. Na hora do almoço tive a terrível oportunidade de ouvir na TV o noticiário, que um homem estava em casa com uma furadeira na mão e foi atingido pelo disparo de um policial que o confundiu com um traficante de metralhadora na mão, o homem morreu diante da esposa que ainda foi hostilizada como suposta cúmplice do não bandido perigoso e armado. Antes de sair do trabalho recebo um e-mail de um amigo dizendo que está com uma infecção no olho esquerdo e que corre o risco de perder a visão.

Senhor o que eu faço, não sei se me dou ao luxo de perguntar por que, talvez para o momento não faça essa pergunta, pelo menos por enquanto. Nunca senti desejo tão verdadeiro de orar, de correr para os braços do Pai, de fugir para o esconderijo do Altíssimo, meus olhos estão ilhados de lágrimas, meu peito está apertado, minha única oração é essa.

Pai tem misericórdia de nós, estamos perdidos
Nos livra do mal que somos nós mesmos
Consola nosso coração com teu Espírito, pois minha alma está angustiada
Que eu não seja atendido sozinho atende a nós pai, seres não sei se humanos
Que o mundo acabe, que venha o teu reino
Onde toda dor não mais existirá, onde toda lágrima será enxugada
Onde haverá amor, justiça, comunhão, igualdade e paz
Amém.

A verdadeira oração nasce nas profundezas do espírito vai para o córrego da alma e flui nas nascentes do corpo, olhos e boca.




quarta-feira, 19 de maio de 2010

Eu vi Jesus na rua

Minha construção religiosa me foi um tanto importante para que eu pudesse compreender que existe um Deus, me deram informações intelectuais e teológicas a respeito, que me fez ter um ralo conhecimento do que viria a ser Deus, embora não tenham conseguido me passar a verdadeira e simples imagem de um Deus Pai. Aprendi a crer em um tirano e carrasco que pune indiscriminadamente toda e qualquer falha [pecado], negação, incredulidade, originalidade, pensamentos com castigos e açoites dos mais variados possíveis.
Fizeram-me entender que Ele estava a milhares de quilômetros de nós, quando na verdade “perto está o Senhor”.

Então dentro dessa simplicidade que para nós é deveras complexa, como entender um Deus tão grande, perfeito, poderoso e santo. A grandeza de Deus está na maneira simples como se mostra [revela-se] a cada ser, na realidade isso não poderia ser entendido de outra forma que não fosse a partir de que o “verbo se fez carne, amou o mundo e habitou [e habita] entre nós. Deus se fez carne, tornou-se homem como nós, que loucura, que absurdo, muitos na tentativa de tornar isso palpável no segmento da história, visto que não o vimos e nem andamos com ele [mas bem aventurados somos se mesmo assim crermos] como os apóstolos que escreveram o que viram, ouviram e suas mãos tocaram. Fazem esculturas, telas, e outras diversas expressões visuais elucidativas, na tentativa de nos fazer visualizar uma possível imagem de como foi Jesus o Deus-homem.

Vou relatar o que consegui compreender e ver, o que foi revelado a mim. Ontem a noite enquanto andava na rua em direção a minha casa, eu vi Jesus, ele estava sentado debaixo da coberta de um comércio, com as costas apoiadas em uma das colunas de sustentação, de frente para uma avenida, eu caminhava mergulhado em pensamentos e comia uma batata frita, quando fui atraído pelo seu olhar. Eu nunca havia me encontrado com um olhar daquele, mas como poderia saber que era ele mesmo? A medida que descrevo o encontro farei um cruzamento de algumas declarações que o próprio Jesus fez de si mesmo. Ele não atendia pelo nome Jesus, mas afirmou chamar-se Alexandro, ao falar com ele lembrei-me do que Jesus, havia dito certa vez, “os pássaros tem seus ninhos e as raposas seus covis, eu porém, não tenho onde reclinar a cabeça”, o Alexandro me disse, que não tinha onde morar, e que sua casa era as ruas. Fui tomado por sua simplicidade e humanidade despojada de farsas, máscaras, orgulhos, prepotência, sua realidade de ser me trouxe sentimentos incomuns e estranhos, olhando para ele consegui ter a visão [de Jesus] do profeta que dizia assim “e como raiz de uma terra seca; não tinha beleza nem formosura e, olhando nós para ele, não havia boa aparência nele, para que o desejássemos. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum”.
Não sei como as pessoas que passaram ali o viam, mais eu sabia sim que era ele, me aproximei e perguntei se aceitava batata-frita, ele disse que sim e de forma simples recebeu de bom grado, me falou que estava com fome, que muitas vezes não comia e tinha que recorrer ao lixo para conseguir alguma coisa, e lembrei-me de Jesus mais uma vez, nas estradas, nas ruas, nas muitas andanças, com sede, com fome, cansado, de pés sujos e corpo empoeirado, pele queimada pelo sol, em contraste com os artistas ele também tinha cabelos grandes mais não eram compridos e loiros, tinha barba mais não era bem aparada, estava vestido e não possuía estilo ou requinte algum. Não sabia o que dizer a ele, não sabia que palavras usar, simplesmente me aproximei e segurei em sua mão, ele era humano, tinha pele, vida, o calor daquelas mãos eram incomparáveis, diante da minha confusão de sentir, disse que Deus o amava muito independente de qualquer coisa, ele me falou que todos os dias sua vida era entregue nas mãos de Deus e confiava nele, e recordei as palavras de Jesus em meio a toda a sua dor, miséria, humilhação dizendo; Pai em tuas mãos entrego o meu espírito, não era possível que em meio aquela existência desprezada e sofrida pudesse haver fé, não dava pra duvidar tinha que ser Jesus, só ele conseguiria viver assim e falar assim, se abateu em meu coração um único desejo cego, de servi-lo de honrá-lo com o que pudesse, coloquei a mão no bolso e tirei alguns trocados que tinha e dei a ele, e disse que não era muito, mais ele poderia comer alguma coisa, ele me olhou com olhos profundos e simples e me falou assim: - que Deus abençoe você e que nada lhe falte. Nunca me senti tão abençoado, nunca me senti tão afetado em meu ser com todos esses anos de construção religiosa, Jesus pediu que o pai me abençoasse e eu vi e ouvi isso, nunca havia conseguido entender algo tão simples que eu aprendi naquele dia, me despedi dele e saí andando, o calor daquele aperto de mãos me acompanhou pelo caminho, não pude controlar as lágrimas que escorriam pelo meu rosto, eu agradeci ao Pai por ter tido a oportunidade de conhecer Jesus, isso me foi uma graça impagável.
Tive realmente certeza que era ele quando me lembrei do que ele disse: “Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, [a mim] o fizestes. Porque tive fome, e não [me destes] de comer; tive sede, e não [me destes] de beber; Sendo estrangeiro, não [me recolhestes]; estando nu, não [me vestistes]; e enfermo, e na prisão, não [me visitastes]. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes [a mim]”.

Quem está aprendendo a amar o próximo [seja ele quem for], ter misericórdia, compaixão, perdoar, esse tem visto Deus e andado com Ele, e tem entendido que sua missão não é outra senão o amor. Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor. E nós conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em Deus, e Deus nele. Amém.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Justiceiros de Deus

...Nós temos uma lei e,
segundo a nossa lei, deve morrer...
- Fariseus e Cia -

Eles estão em todos os lugares, são bem definidos, fazem questão de vestirem-se diferentes [em muitos casos, autoridade style], suas saudações são bem conhecidas, suas declarações variam entre materializações do invisível, ostentação de falsa santidade, palavras de juízo e silêncio [olhar] assolador [que consegue ainda ser pior que as palavras de juízo]. Intitulando-se arautos de Jesus e com o livro de capa preta na mão [denominado de espada, quem dera fosse só isso, faria menos mal], saem por aí em grupos ou mesmo a sós, e podem ser encontrados em suas reuniões [quartéis-militares-gospel] onde recebem suas palavras de ordem, são submetidos a horas de tortura psicológica e aprendem a torturar [pisar, queimar, amarrar, humilhar, expulsar e por aí vai...] o inimigo [que pode ser de carne e osso ou não], a matar e condenar sem remorso algum [as instruções são as mais variadas possíveis, cada uma com um fim proveitoso próprio].

Munidos de todos esses aparatos estão sempre com o bom intuito [pasmem] de ganhar as pobres almas perdidas, para um tal reino de deus que acreditam pertencer e servir. Sem conhecer os escritos [na realidade Espírito e vida], e o dono do livro que é Senhor do Reino [pois só a letra é letal, mata mesmo] são capazes dos piores absurdos em nome do que chamam de fé, dizendo-se seguidores de Jesus, demonstram que dele não conhecem nem a história, pois se algum dia tivessem atentado para algumas das mais simples declarações [que foram vividas e ensinadas na prática por ele] do “mestre” seriam capazes de entender o que ele quis dizer quando falou “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes, porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”.

Cheios de justiça própria, juízos, condenações, separações, méritos filiais, obras sem amor, mostram-se fanáticos-religiosos [justiceiros implacáveis] e assumem a figura da própria divindade na terra, com poderes metafísicos e transcendentais de tele transportar [verdadeiros jumpers-gospel] para o céu ou para o inferno [capturam, julgam e condenam] numa sucessão de espaço e tempo que ignora qualquer lei científica conhecida ou não. Totalmente equivocados quanto ao que chamam de “missão” [parece mais coisa de Juiz Dredd] deixam seu rastro de dor, decepção, indignação, ódio, lágrimas e morte espiritual, em todos que puderem se aproximar e subjugar, tudo em nome da sua lei.

Para os tais deixo a pergunta do próprio Jesus: “Vós não sabeis de que espírito sois?” e sua sublime declaração: “Porque o Filho do homem não veio para [destruir] as almas dos homens, mas para [salvá-las]” ficai certos de que a libertação do espírito maldito do juízo baseado no conhecimento do bem e do mal [herança des-graçada trazida lá do éden, por causa da desobediência] é segundo a graça, misericórdia e perdão providenciadas pelo próprio Cristo, e que todos aqueles que simplesmente crêem em Jesus, recebem a remissão dos pecados e a reconciliação com Deus [inclusive os justiceiros, que julgam não precisar de remissão] e isto está muito além dos critérios humanos estabelecidos, “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé”.
Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da [lei do pecado e da morte].

Portanto para os tais justiceiros fica a sentença [infligida a eles por eles mesmos] da verdade eterna: “Portanto, és inescusável [sem desculpa] quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo”.

O Espírito sopra aonde quer e onde ele soprar sempre haverá, graça, justiça [misericórdia e perdão] liberdade, vida e paz.

Graça e paz.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Pregadores de Espinhos?

Pregadores de rosas preguem
Os espinhos também
Preguem que Deus é amor,
Deus é amor mais é justiça também...

Há alguns anos, quando ingressei nesse mundo cristão-evangélico gospelizado, comecei a ouvir as ditas músicas cristãs, pois a partir daquele dia, do levantar a mão e não propriamente o dia da conversão [pois esse, pasmem a gente realmente não sabe quando chega] seriam as músicas permitidas, cristianisticamente corretas. Cantava essa e muitas outras com o coração cheio de fé e crendo absurdamente e ignorantemente na coerência-incoerente dessa declaração melódica carregada de justiça própria, munida de sentimentos de separação, incompreensão, posse de santidade farisaica e desejo maléfico de controle de vidas por parte dos poderes clericais, diga-se sacerdotais.

Assumimos uma pretensa conversão e um meritório direito, de nos denominarmos discípulos de Jesus e sair por aí tecendo ensinos, pensamentos, compondo hinos [doutrinários], executando juízos, tomando posse de coisas, pessoas, regiões geográficas e celestiais, salvando e condenando, como se “donos fossemos de alguma coisa, e ainda mesmo que sendo donos, como se não tivéssemos recebido de alguém”. Pregando uma tal graça [que não é de graça, pois por essa pagamos e muito caro] de Deus, que por não ser desprovida do ideal polarizador e dicotomizador de tudo, fruto da natureza caída e adquirida do pecado [a herança maldita do conhecimento do bem e do mal], torna-se a des-graça e sofrimento de muitos, inclusive daqueles doentes que precisam de médico a quem o Senhor veio justamente salvar,que tendo ouvido a mensagem da salvação, correm com o desejo de entrar no Reino de Deus onde terão removidos os espinhos, aguilhões e fardos do pecado. Porém são surpreendidos pelos prazos da morte das igrejas institucionalizadas [fariseus-cantores-porteiros do Reino de Deus] que tratam as vidas das pessoas como obras de produção ou construção, com prazos de validade estabelecidos a se cumprirem aqui nesta terra. Recebemos os pequeninos cheios de ferimentos, dores, decepções, depressões profundas oriundas do pecado e todas suas desgraças, e com linguagem “gangrenosa” e hinos alienadores e angustiantes, disparamos espinhos contra eles, que por muitas vezes lhes causarão mais danos do que [entendam bem] “as práticas pecaminosas” em que viviam e que não definem mais o homem segundo a reconciliação promovida por Cristo na cruz.

É fato que todo o desejo e estabelecimento de justiça própria, divisão, auto-afirmação do fazer para si, fé com obras que não são motivadas pelo o amor, mas pela separação segundo a visão do bem e do mal, caracterizam a não-reconciliação [e só classificam como, mais uma religião], visto que em Cristo tudo está consumado, o homem em Cristo agora vive a lei da Graça, misericórdia e perdão, portanto está reconciliado com todas as coisas e agora cresce como carvalho de justiça sendo transformado dia após dia na própria imagem do filho de Deus.

Para quem deseja viver a verdadeira Graça do evangelho é suficiente saber “que se alguém está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas já passaram e tudo se fez novo, e tudo isto provém de Deus que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação, Àquele que não conheceu pecado, [Deus] o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus”.

A única justiça que interessa é a Daquele que é justo e justificador de todo aquele que Nele crê, e que fique como declaração perpétua e eterna que Ele mesmo já levou sobre si todos os nossos espinhos inclusive os da terra [os tais cardos e abrolhos] em Sua própria fronte. E que a nós recebidos por esse amor, só cabe anunciar a Rosa que foi moída e exalou aroma suave as narinas do Pai fazendo-nos agradáveis a Ele em Sí mesmo, este seja o nosso cântico para sempre. Amém.


quarta-feira, 5 de maio de 2010

A Vida é como o Tetris

Quem já brincou esse joguinho vai entender exatamente o que estou falando. Observando a vida, as surpresas e a velocidade dos acontecimentos, e o nosso estado de espírito no dia chamado hoje, pude fazer uma comparação com o tetris [quebra cabeça, joguinho de montar ... não importa como você denomina] e a nossa própria vida.

Coloquemos cada dia como o começo da partida e vamos sintetizar. Nossa paz de espírito [pra quem consegue ter] do sono restaurador de energias e beleza, é quebrada por um terrível soar eletrônico [a base aqui é pra quem coloca o celular pra despertar, tipo eu] temos que passar de quase nenhum movimento para a letargia de quem acabou de acordar e tem que começar a aumentar a velocidade e sair do status de acomodação para ação, aí vem a sucessão de peças pra encaixar, você toma banho, começa a pegar e procurar suas coisas [se for mulher, muitas coisas] , para ir completando esse [bloco] que vai levar você a estar vestido e pronto pra tomar seu velho e necessário café da manhã [pra quem consegue ter esse tempo, eita dureza]. Após isso, quem trabalha, estuda, faz exercícios, vai deixar as crianças na escola, etc. Tem que partir pra segunda fase que é sair de casa em direção ao destino, seja de a pés, carro próprio, ônibus, bicicleta, carona etc. E lá vem a nova sucessão de peças que caem e temos que administrar, não dá pra saber nem definir o que sucederá [que peça virá], as coisas vão acontecendo e a todo o momento tenho que pensar, decidir, definir, tomar atitudes, ser rápido.

A todo instante enfrentamos o desconhecido, o incerto, a sequência de acontecimentos não para, temos que estar a todo instante em ação, pensamento, raciocínio. A semelhança do tetris muitas vezes, até que conseguimos marcar alguns pontos, tudo vai dando certo e se encaixando de acordo com nossas decisões, raciocínio e atitudes. Seria bom que tudo sempre fosse assim como nas primeiras fases, as coisas não acontecem tão rápido, e a gente até consegue ir bem. A medida que o dia vai prosseguindo continuamos recebendo um montão de situações [peças] para resolver e colocar cada uma no seu devido lugar.

O que nos diferencia é que cada um joga a sua partida de forma independente, acabamos na maioria das vezes tendo que fazer sozinhos uma série de escolhas, e nem sempre somos bem sucedidos, quando conseguimos passar da fase fácil onde controlamos os acontecimentos, somos surpreendidos pelo aumento da velocidade pois as situações [fases] mudam as peças começam a cair mais rápido e tenho que ser ágil, muitas decisões [peças] não serão colocadas da forma correta por conta do tempo e velocidade que as coisas acontecem, acabamos obtendo resultados indesejados não marcamos nossos pontos as peças vão se amontoando e forma-se um paredão que vai subindo e nos fazendo perder a vista, a calma, a noção, a paz, a esperança, um jogo de montar acaba sendo nossa vida.

Até que chegamos ao final do dia em duas situações [simplificando] ou conseguimos ir longe administrando, raciocinando, decidindo, encaixando, sendo rápido, ou tivemos que enfrentar um terrível e não desejado GAME OVER, o dia não terminou bem, minhas decisões e atitudes não foram bem sucedidas e não consegui marcar os pontos que queria. Porém mais uma vez a semelhança do tetris vai ter outro dia [outra partida], vou ter outra oportunidade, não importa o que aconteceu hoje, posso começar novamente, a vida renova esperanças, em quanto houver vida haverá um amanhã, teremos outras oportunidades de continuar, sem nunca esquecer que como o tetris, tudo tem um fim, tem que terminar, e não importa quem ganhou muitos pontos ou perdeu a jogada, o mérito mesmo e viver sabendo que cada dia é novo e traz consigo uma nova emoção, e que quando aprendemos a amar a vida e aprender com ela, perder e vencer nunca nos definirá, caminharemos mais maduros, firmes, simplificados, experimentados, de bem consigo mesmo e com os outros, aprendendo a amar como se não houvesse amanhã, porque podemos até ter dias de azar [pode-se assim dizer] no jogo que é essa vida, mais no amor nunca se perde sempre se ganha.

Então vamos lá, a partida já começou.