Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

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quarta-feira, 30 de junho de 2010

A vivência comunitária

A vivência comunitária é, penso eu, o item mais visível nas narrativas do Novo Testamento. Antes de qualquer tipo de organização, os da fé, sempre se encontravam. A partir da escolha dos doze, o Senhor, validou o encontro e a caminhada comunitária dos irmãos que iam se tornando amigos, a medida que conviviam e se repartiam uns com os outros.

Foi no ambiente da comunidade, a partir de dois ou três irmãos, que a história da nossa fé se desenrolou. Neste contexto comunitário que todo tipo de milagre aconteceu e foi testemunhado pelos irmãos e amigos que se reuniam. Toda expressão de fé passava de um modo ou de outro pelo caminho da comunidade, pois, era o ponto de partida e o ponto de chegada.

Quando afirmamos que Jesus é nosso ponto de partida e de chegada, afirmamos também que, a comunidade dEle, que Ele mesmo, denominou de Corpo dEle, é para os da fé, este lugar. Quando os irmãos e amigos se encontram, se reúnem, comem e bebem juntos, oram, meditam no evangelho, servem-se uns aos outros, experimentam o milagre da comun-unidade.

Este milagre se traduz no encorajamento comum, na edificação comum, no serviço comum, na relação mais intima com o Pai Eterno a partir da intimidade com os irmãos e amigos. Portanto, antes de se organizar, se instituir, a comunidade é este lugar. Lugar de cura e re-significação da existência humana. Digo isto pra afirmar que é tempo de fazer valer a comunidade, o encontro, a reunião e abandonar todas as inquietações provocadas por sistemas que nada tem a ver com comunidade.

Encorajo você a encontrar um grupo de irmãos e amigos, que se encontram e se reúnem em amor e graça. De preferência que seja um encontro simples, singelo, informal, afetuoso, instrutivo e com uma boa dose de bom humor. Gente que vive na terra. Gente que busca continuar humano. Gente que prioriza e valoriza pequenos gestos de generosidade uns para com os outros.

Encontre um grupo de pessoas livres, que se encontram e se reúnem porque querem. Chegam e vão sem constrangimentos. Se você encontrar um grupo assim, fique com eles. Não os cobre de nada e nem se deixa cobrar de nada. Convivam, comunguem, repartam-se, doem-se, curem-se, e contribua pra que o maior número possível de pessoas saiba que há grupos assim espalhados por ai.

Chega de discussões inócuas, tolas e vazias sobre coisas, sistemas, doutrinas, modelos, moveres, unções e toda esta periferia que Paulo chamou de rudimentos.


Carlos Bregantim

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