Após ler um comentário um tanto mal humorado de uma leitora sobre um post que eu fiz usando a imagem e não falando sobre o livro, meu mano resolveu se pronunciar já que permanecí em silencio. Leia o Comentário
Outra vez, mais do mesmo de novo e novamente a roupa nova para lorota velha
Não li, não lerei e tenho profunda admiração por quem leu: CRENTES POSSESSOS; não conheço o autor, certamente não o conhecerei, todavia Deus o abençoe e lhe conduza por seu caminho.
Daí alguém me pergunta: “como pode você tecer alguma crítica sobre o que desconhece?”. A resposta é simples, posso desconhecer o conteúdo do livro na integra, posso não saber o histórico acadêmico de seu autor, certamente desconheço até sua graduação eclesial se é que ele a tem, mas a mim é dado todo o poder na terra democrática “brasílis”, para expor meu pensamento de forma livre, desde que meu direito, não fira o direito do outro.
Dito isto, não tenho muito a dizer sobre o livro em si, haja vista o que foi dito acima, mas, basta ouvir o tema, ouvir sua promoção, via TV ou rádio, ou até mesmo, no boca a boca do dia a dia; e com o mínimo de coerência que se exige a uma pessoa que ainda pensa com sua própria cabeça, sem recorrer ou precisar de um totem ou ícone religioso, que influencie diretamente sua opinião, ou sem esquemas religiosos já pré-estabelecidos que de imediato dá como irretocável e definitivo, para não dizer “sacrossanto”, os escritos, sermões, gestos ou seja lá o que for feito por parte de certos líderes religiosos, sendo que a mente coerente já identifica o MAIS DO MESMO SOBRE O ASSUNTO DE SEMPRE.
E o que seria esse MAIS DO MESMO SOBRE O MESMO ASSUNTO DE SEMPRE?
É a fórmula antiga de alguns feiticeiros xamãs, dos pajés, dos grãos-mestres, dos papas, dos babalorixas, dos ímãs e dos atuais pastores, bispos, apóstolos e afins.
Que é a velha e sempre funcional coleira de tolo das religiões, a famosa solução para o mal. Um pouco mais de pílula dourada da satisfação imediata e da certeza de sucesso; da libertação de forças ocultas e de demônios das trevas; do viver mais e melhor em perfeita saúde e paz de corpo, alma e espírito; um pouco mais de super poderes para os fracos; um pouco mais de cobertura espiritual, um pouco mais de sangue, de sacrifícios, um pouco mais de respostas fajutas para perguntas imbecis, um pouco mais de me engana que eu gosto, em suma um pouco mais de cegueira para que se caia mais rápido no abismo para onde se vai a passos largos, porém, controlados, vigiados e coordenados, com presteza e com uma profunda destreza dos profissionais da arte de dominar os domináveis, porque esses são a matéria prima de todo empreendimento religioso.
É mais uma vez a aposta no medo do mal, é o investimento na coisa certa, por que sempre deu certo, é a certeza de retorno pela compreensão de que maior é o que está conosco do que o que está com eles, é a conduta mais antiga dos grandes detentores das verdades ditas por eles absolutas, é a arte milenar do “segredo”, que é forjar um credo, porque é óbvio que crentes ficam possessos seja lá do que for inclusive de demônios, gente fica possessa, só não fica possesso um seleto grupo de “inclassificáveis” que deixam de ser gente para serem apenas crentes, que rejeitam ainda que sem saber, “o ser” a imagem e semelhança de Deus para “o serem” a imagem e a semelhança de um fantoche espetacularmente manipulado.
E sim, eu sou daqueles que prefere uma pessoa possessa de demônio, do que um anulado, um dês-humanizado, um bitolado, um dominado, um adestrado, um infantilizado, um limitado, sim é bem melhor estar possesso de um demônio do que possesso de algo inominável entre os seres humanos, pois, não sei sequer que nome se adéqüe melhor, ainda que eu mesmo não sinta prazer ou vontade alguma de nomeá-lo, simplesmente para os amantes dos rótulos sinto muito ter que dizer: não há um nome pelo qual eu identifique ou classifique um ser que não fica possesso, chamemo-lo cristão com ISO 9001 que é o rótulo da nova moda; mas é pura inocência minha supor que esse seja o ápice, porque ano que vem haverá nova auditoria no padrão de qualidade das empresas, com o lançamento de um novo livro, de uma nova doutrina de uma nova revelação, visão... e certamente essa nova máquina será ultrapassada.
Ora, mas é lógico que crentes ficam possessos, o ilógico é pensar “com que autoridade se atesta a possessão, ilógico é pensar que somente determinadas pessoas tem o poder de diagnosticar tal possessão sem serem contrariadas. Ilógico é querer dar nomes de demônios ao inexplicável, explicando assim da melhor forma aquilo que para eles dará lucro ou na pior das hipóteses material bruto para confecção de engenhosidades mil. Ilógico é ter que acreditar de pronto em um pacote de afirmações e negações sobre um assunto que não se domina e que não há um ponto final de definição. É mais uma vez a lei da oferta pela procura em pauta.
As pessoas querem solução para os seus problemas, querem instantaneidade, querem anestésicos cada vez mais fortes para suas humanas dores, querem imediatismos, querem sentir se confortavelmente bem, querem ser estimuladas, literalmente como diz certo pensador, “muitos querem ser masturbados espiritualmente”, ou seja, querem ser enganadas e como meu velho pai diz: “chapéu de otário é marreta, ora o que seria dos malandros se não fosse os manés”; e é para manter essa frase e esse negócio de se impor sobre o outro com pleno sentido que se escreve um livro, se prega um sermão, se forma uma opinião, se gera uma discussão com um tema tão obscuro como esse, propondo a elucidação do grande mistério e da cura do mal.
Por fim opino escrevendo mais do mesmo, pois, sei que muitos concordarão comigo; e uma nuvem imensa criticará minha opinião por que não se pode falar do que não se sabe e é tolice profunda sequer opinar sobre o pensamento da maioria. Todavia não escrevo nada mais do que escreveria um pensador sem cadeias e grilhões filosóficos, teológicos ou ideológicos, sim, não escrevo mais do que escreveria um possesso de liberdade. Cônscio do pouco que isso vale e do muito que isso indigna.
Faber RodriX
Do Blog: 99x1
Que está parado, por enquanto, eu disse por enquanto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário